Quid Iuris?

Proibido proibir!

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Friday, April 28, 2006

Match Point, o filme


Há escolhas que um homem PODE fazer:

A loira ou a morena...

Paris ou Londres...

Desportivo ou Jeep...

Mas há escolhas que um homem TEM que fazer...

Trair ou não trair...

Matar ou não matar...

Quando se chega a uma altura em que já não há escolhas a fazer, significa que já estamos mortos
e ninguém nos avisou.

Match Point, o Filme



Normalmente, quando encontro pessoas que já não vejo há muito tempo, perguntam-me coisas parvas como:

"Oi, tudo bem?" mas nao esperam pela resposta.

ou então:

"Então? O que tens feito?"

(Queres mesmo uma lista detalhada? penso eu ...)

ou então perguntam-me:

"Então? O que fazes da vida?"

A minha resposta geralmente é demasiado longa e filosófica e quando dou por ela, já a pessoa se está a despedir de mim à pressa. Isto porque considero esta questão extremamente relevante. Afinal somos nós que fazemos alguma coisa da vida ou é a vida que faz de nós alguma coisa?

Funny that way...



Quando ouvi pela primeira vez a voz de Billie pensei: Aqui está uma diva!

Quando ouvi pela vigésima vez a voz de Billie pensei: Aqui está muita dor.

E foi aí que realmente comecei a gostar de Billie.

Porque é apenas humana.

Porque nos serve em cada palavra o tal cocktail de amargura e doçura que há em cada voz humana.

Tuesday, April 25, 2006



Todos os anos o Alberto João Jardim diz que o 25 de abril não lhe diz nada.

(Não...não é dourado)
Se não fosse o 25 de abril o Alberto João Jardim é que não diria nada, porque já teria sido silenciado há muito tempo.


O Alberto João Jardim representa um clássico exemplo dos grandes dilemas da Democracia.


Gostaria que alguém teletransportasse o Alberto João Jardim para uma sala de tortura da Pide durante alguns dias e depois o soltasse. Ou não...

As Brumas do Futuro...




Sim, foi assim que a minha mão
Surgiu de entre o silêncio obscuro
E com cuidado, guardou lugar
À flor da Primavera e a tudo

Manhã de Abril
E um gesto puro
Coincidiu com a multidão
Que tudo esperava e descobriu
Que a razão de um povo inteiro
Leva tempo a construir
Ficámos nós
Só a pensar
Se o gesto fora bem seguro
Ficámos nós
A hesitar
Por entre as brumas do futuro
A outra acção prudente
Que termo dava
À solidão da gente
Que desesperava
Na calada e fria noite
De uma terra inconsolável
Adormeci
Com a sensação
Que tinhamos mudado o mundo
Na madrugada
A multidão
Gritava os sonhos mais profundos
Mas além disso
Um outro breve início
Deixou palavras de ordem
Nos muros da cidade
Quebrando as leis do medo
Foi mostrando os caminhos
E a cada um a voz
Que a voz de cada era
A sua voz
A sua voz


(Madredeus)

Hoje é permitido ter orgulho de ser português



Quando me falam de ditadura e repressão, não sei do que estão a falar.

Quando me explicam o medo e a PIDE, não consigo senão imaginar o que querem dizer.

Porque quando nasci, já nasci livre.

Hoje, quando vi o filme sobre o 25 de Abril, chorei. Chorei porque percebi que afinal a revolução não foi feita sem derramamento de sangue, como tantas vezes tinha ouvido dizer com orgulho. Houve muitas vítimas. Vítimas de muitos anos de ditadura.Vítimas de maus tratos físicos, vítimas do medo, vítimas da fome e da miséria, vítimas da falta de futuro e de ideias e de arte, vítimas das prisões políticas e de uma Inquisição moderna e refinada. Chorei porque percebi que há uma felicidade muito grande em não saber o que era viver em Portugal antes de 74, em não perceber o que querem dizer palavras como "fascismo, ditadura, repressão,Pide". Eu, e as pessoas da minha idade para baixo, só percebemos essas palavras pelos livros, pelos filmes, pelos feriados como hoje, que ficam como testemunho e como vestígios de tempos bárbaros para que nunca permitamos que eles voltem a ser vividos na primeira pessoa.

A memória é a única coisa que nos impede de repetir o mesmo caminho e de sofrer a mesma dor.

Friday, April 21, 2006

A coisa pública...



Ultimamente, muitas coisas correm mal na Assembleia da República. São deputados que desaparecem. São votações que correm mal. São contagens em que 2+2 não é = a 4...enfim...algo cheira mal na República da Assembleia.

Se eu fosse um taxista de Benfica, com um bigode farfalhudo e um casaco de cabedal com fivelas a tilintar e um pente no bolso da camisa, diria que há aqui uma conspiração. E nem de propósito calha mesmo nos dias que antecedem o dia dos cravos.

Ora, meus amigos, se isto não vos cheira a esturro... destapai os narizes! Há aqui conspiração e é da grossa!!

Avançarei com mais dados assim que possível. Se entretanto eu não voltar a postar, já sabem o que aconteceu...

Souvenirs...

...

Para os devidos efeitos se declara que o Sr. Deputado Fulano de Tal, faltou, no passado dia 5 de Abril, à votação da Assembleia da República, por sofrer de gastroenterite aguda muito acentuada, estando-se permanentemente a cagar para o cargo que ocupa.

in www.coiso.net


...

Monday, April 17, 2006

E é só.



Quando falamos, convidamos as pessoas a entrar em nossa casa, mas nem todas conseguem entender-nos. A maior parte, fica-se pelo hall da entrada e nunca chega a entrar e sentar-se no sofá da sala.

Quando falamos, convidamos as pessoas a visitar-nos, mas na verdade, só o fazemos porque sabemos que nunca o farão.



Algumas pessoas dizem que eu sou um ser cínico e pessimista. Que estou sempre a dizer mal de alguém e que estou sempre a ver o lado mais negro das situações. Quero aqui desmentir essa ideia.

Eu não estou sempre a dizer mal de alguém.Eu digo mal de uma pessoa de cada vez, mas nunca sempre da mesma pessoa. Na verdade sou mesmo uma pessoa extremamente positiva e bem disposta! Sim!oh, Sim!

Como prova disso, aqui está uma imagem de uma paisagem bonita.



Todos os anos, há uma polémica religiosa na altura do Natal ou da Páscoa.

Ora é o sudário de Turim, ora são livros secretos, ora são códigos ocultos.

Cá pra mim, estamos perante um claro caso de marketing. Só não acho justo que Deus não leve nada de Copyright.

Sweet sixteen...or not



No outro dia liguei a tv e fiz zapping por sei lá quantos canais. Parei em um em que havia um programa de crianças, com apresentadoras que eram (supostamente) crianças e com assuntos de conversa de crianças. Muitas pessoas ligavam para o programa a querer dar opinião sobre os temas de conversa. Quão desocupada tem que estar uma pessoa de 50 e tal anos para ligar pra um programa desses? Fiquei a ver. Sacrifiquei-me, é certo. Mas foi por uma boa causa! Ainda não sei bem qual, mas cada coisa a seu tempo. E percebi que todas as pessoas que telefonaram para o programa tinham mais de 30 anos. A minha dúvida é a seguinte: Porquê?

Há quem tenha gostado tanto da adolescência que se recorde dela com nostalgia. Há mesmo pessoas que nunca a deixaram. E há pessoas que a comemoram como se fosse um festival da vida e de tudo o que há de bom! Considero essas pessoas extremamente deprimentes. A adolescência é altura da vida em que ninguém gosta de nós, a começar por nós próprios. O corpo cresce de forma desigual e mutante. As alterações de humor são irracionais e as paixões inexplicáveis. E é a altura em que somos o mais irritantes possível. É como uma chantagem que fazemos com o mundo a dizer:

- Estão a ver como eu posso ser extremamente intragável? imaginem os estragos que poderei fazer quando tiver mais 10 anos em cima!!

Por isso tenho medo das pessoas que têm saudades da adolescência. Percebe-se que algo de muito errado se passou com elas...

A Ressaca dos dias pós-festivos


A sério que hoje ia escrever sobre coisas muito importantes. Mas depois não aconteceu nada de relevante. Quando digo "nada de relevante", quero dizer "coisas com as quais possa gozar à descarada". Enfim...foi um dia triste.

Saturday, April 15, 2006

Jesus, obrigado pela Páscoa



Quem não ama,

não conhece a Deus,

porque Deus é amor...

Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará!


Quando passamos muito tempo a ouvir covers, por muito bonitas que as músicas originais sejam, acabamos por nos esquecer delas. Chegamos a um ponto em que já não se conhece a original, apenas as versões rascas da moda. Até que nos damos ao trabalho de ir ao baú das velharias, sopramos o pó de discos velhos e riscados, e encontramos verdadeiros tesouros. Daqueles momentos de felicidade palpável que nos marcam a existência para sempre.

Em muitas partes do mundo há pessoas que se crucificam para celebrar a Páscoa. A crucificação foi um dos primeiros grandes espectáculos multiculturais da modernidade. Com direito a efeitos especiais e tudo. Então a malta curtiu tanto, porquê fazer só uma vez? Bora voltar cá todos os anos e repetir. Durante dias, preparam-se para serem crucificados numa cruz de verdade, como se fosse necessário, perante uma população emocionada e em êxtase religioso, como se fossem fariseus, fazendo de conta que são Cristo, como se fossem divinos. Quais serão so critérios do casting? Terão pago o copyright?E porque não fazem também a parte do morrer, ser sepultado e ao terceiro dia ressuscitar? Falta orçamento?

Parecendo que não, aquilo dói.

Friday, April 14, 2006

"Deus é existirmos e isto não ser tudo" (F.P.)

Wednesday, April 12, 2006



Atraente, mas não sexy.




Afinal os cientistas dizem que os escritos sobre o Judas são falsos.

Tão falsos como convém a um judas.

No google há 51.100 imagens de Judas.
Mas como não havia ainda fotografia nesse tempo...aqui está um retrato fiel.

V., strange as angels





Show me how you do that trick
The one that makes me scream, she said
The one that makes me laugh, she said
And threw her arms around my neck

Show me how you do it
And I promise you
I promise thatI’ll run away with you
I’ll run away with you

Spinning on that dizzy edge
I kissed her face and kissed her head
And dreamed of all the different ways I had
To make her glow

Why are you so far away? she said
Why won’t you ever know that
I’m in love with you
That I’m in love with you

You...Soft and only
You...Lost and lonely
You...Strange as angels

Dancing in the deepest oceans
Twisting in the water
You’re just like a dream
Daylight licked me into shape
I must have been asleep for days
And moving lips to breathe her name
I opened up my eyes
And found myself alone, alone
Alone above a raging sea
That stole the only girl I loved
And drowned her deep inside of me

You...Soft and only
You...Lost and lonely
You...Just like heaven





As crianças são património da Humanidade.

Apenas as emprestamos durante algum tempo aos pais.



A NASA quer ir à lua.

Quer levar uns exposivos para a lua, e procurar água ou gelo na lua.

Eu já vi alguns filmes assim. E toda a gente sabe que os filmes não mentem.

Mas, nesses filmes, essas expedições acabavam sempre em catástrofes apocalípticas das quais só o Harrison Ford, o Ben Affleck, o Bruce Willis ou oMorgan Freeman, nos poderiam salvar.

Só queria lembrar à NASA que ainda me faltam 4 anos para acabar o curso e que o Harrison Ford, o Bruce Willis e o Morgan Freeman já estão na terceira idade. E todos sabemos que o Ben não dá conta de tudo sozinho.

Vá...tenham lá juizinho...

Tuesday, April 11, 2006



Encontraram uns manuscritos sobre a vida de Judas.

Afinal o rapaz até nem era tão mau quanto isso. Coitadinho.

Mas agora o que fazemos a todos os ditados populares?

Vamos deixá-los...onde Judas perdeu as botas. (Mas na Palestina usavam botas?)

Ser Humano...

Friday, April 07, 2006

Vêm aí as orais...


Em caso de dúvidas, falta de estudo ou nervosismo, eis a resposta certa para todas as perguntas:

"Não sei o que hei-de responder; a luta é desigual: eu só tenho por mim o estudo e V. Ex.ª tem o génio!"

(Alípio Abranhos)

O Conde de Abranhos Revisitado...


...
Têm alguns espíritos ávidos de inovação, ainda que no fundo sinceramente afeiçoados aos princípios conservadores, sustentado que o sistema da sebenta (como na sua jovial linguagem lhe chama a mocidade estudiosa) é antiquado. Eu considero, porém, a sebenta como a mais admirável disciplina para os espíritos moços. O estudante, habituando-se, durante cinco anos, a decorar todas as noites, palavra por palavra, parágrafos que há quarenta anos permanecem imutáveis, sem os criticar, sem os comentar, ganha o hábito salutar de aceitar sem discussão e com obediência as ideias preconcebidas, os princípios adoptados, os dogmas provados, as instituições reconhecidas. Perde a funesta tendência – que tanto mal produz – de querer indagar a razão das coisas, examinar a verdade dos factos; perde, enfim, o hábito deplorável de exercer o livre-exame, que não serve senão para ir fazer um processo cientifico a venerandas instituições, que são a base da sociedade. O livre-exame é o principio da revolução. A ordem o que é? A aceitação das ideias adoptadas. Se se acostuma a mocidade a não receber nenhuma ideia dos seus mestres sem verificar se é exacta, corre-se o perigo de a ver, mais tarde, não aceitar nenhuma instituição do seu país sem se certificar se é justa. Teríamos então o espírito da revolução, que termina pelas catástrofes sociais!
...

Para Começar o dia...

Wednesday, April 05, 2006


Tenho mais medo de pessoas pacatas que têm armas em casa do que de um terrorista. É apenas uma questão de proporção e de probabilidade.


Quando dizemos a alguém que a amamos,
transformamo-nos, subitamente, numa
espécie de assaltante, de arma em punho,
gritando com a vítima, na esperança que ela
tenha para nos dar alguma coisa que,
de alguma forma, compense aquele esforço.

Monday, April 03, 2006

O Morto-Vivo


...


Passou o dia inteiro a ser albarroado por toda a gente. Foi pisado, foi grosseiramente atropelado, por dezenas de pessoas na rua, que nem sequer paravam para pedir-lhe desculpas.

É a vida da cidade.

As pessoas já nem se vêem umas às outras, já não reconhecem a existência umas das outras.

É a vida agitada da cidade.

No trabalho, ninguém lhe dirigiu uma palavra que fosse. Era como se lá não estivesse. Fez o trabalho que tinha a fazer e nada mais. Saiu. Voltou para casa. Um dia a gente desaprende de falar. Os japoneses têm razão. Fazem robots, fazem bonecos. Os japoneses têm razão.

É a vida desumanizada da cidade.

Tirou o jantar do congelador. Pô-lo no microondas. Tirou um garfo da gaveta, colocou-o no tabuleiro, ao lado da lata de refrigerante. PLIM! Ligou a televisão, sentou-se no sofá, ouviu as notícias. Era a sua rua. Na Televisão! Era o seu prédio! Nas notícias! Era...o seu andar? A sua pessoa? O seu nome? Era! Era ele! Morto! Numa explosão de gás. Três feridos. Ele morto e não sabia. Ainda bem que viu as notícias.

É a vida mediatizada da cidade.



...

il pleure dans mon coeur comme il pleut sur la ville

...


É muito simpático da tua parte, mas não. Por favor! Era só o que faltava!
Não, a sério, não te preocupes comigo. Com certeza que saberei encontrar o caminho de volta.
Mas de volta para onde?

É possível voltar a esse lugar do tempo e do espaço onde não te conhecia? onde não te amava?
Eu acho que não.... Acho mesmo que esse lugar nunca existiu. Tenho mesmo a certeza disso. Por isso não posso voltar.

Eu sei que não passou tanto tempo assim. Sei que as pegadas ainda estão frescas e visíveis e as palavras ainda não tiveram tempo de secar e cair mortas, semeando o chão de silêncios incómodos. Sei. Mas como queres que siga as pegadas que sei que não vão dar a lugar algum? Vão? Onde? Mas que me interessa esse lugar?

Conhecer outras pessoas? Quais pessoas? Pois, eu também não sei... Achas? Mas pode acontecer também exactamente o inverso. Como? Ora, sabes muito bem como...E se elas me maltratarem ainda mais? Olha que não sei se sobreviveria!

Além do mais, que poderiam elas querer comigo? Sou? Achas mesmo que sou?
As tuas amigas dizem isso de mim? A sério? Claro que ficavas orgulhosa de mim...claro...mas...então porque te vais embora? Pronto. Não queres falar sobre isso, não se fala sobre isso. Eu sei que eu é que nunca queria falar sobre nada. Eu sei...mas agora apetecia-me falar sobre isto. Pronto! Não queres...

Não, não quero ser teu amigo. Queres mesmo que sejamos amigos?... Pronto... está bem...sejamos amigos. Então, agora que somos amigos, senta-te aqui que eu vou contar-te sobre uma mulher que conheci e que me abandonou porque eu nunca lhe contava nada, no dia em que lhe ia contar tudo.

...


...

Sabemos muito pouco acerca
das leis que regem a causalidade...
(Borges)


...

Message in a Bottle

Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria?
(FP)