Ai Timor...
que sangra o céu no sol do meio dia
do meio dos corpos a mesma lama
leito final onde o amor nascia
Ai Timor
calam-se as vozes dos teus avós
Ai Timor
se outros calam
cantemos nós
Quando Timor Leste se tornou um país independente, fiquei com a pulga atrás da orelha.
Quando soube que havia petróleo em Timor Leste, achei perigoso.
Quando o Bispo de Dili começou a perseguição religiosa dos muçulmanos e evangélicos, fiquei com uma leve desconfiança.
Quando os observadores internacionais disseram que havia um arsenal imenso espalhado pela população civil e que não tinham sido desarmados os civis nem os militares desmobilizados, fiquei à espera.
É que os países do terceiro mundo são todos iguais. Muda a língua, muda a vegetação, muda a paisagem, mudam os hábitos alimentares, muda até a religião local, mas nada disso é suficiente para mudar o curso da História. O pior é que os exemplos seguem-se e as lições não são aprendidas. E o pior é que são os civilizados que fomentam, sustentam e lucram com essas guerras fúteis e fraticidas que só servem para eliminar de uma nação a sua geração útil e traumatizar irreparavelmente a sua geração futura. E o pior é que, mais uma vez, só temos que ver e calar. Porque os outros calam e nós também.
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