Quid Iuris?

Proibido proibir!

Name:
Location: Portugal

Friday, March 30, 2007

os pequenos portugueses votaram à sua medida

se eu fosse criança, vivendo nos dias de hoje, em Portugal, em que não há qualquer tipo de estrutura ou fundação a que as mentes jovens se possam agarrar para referências na vida social e cultural, seria uma vítima perfeita para a extrema direita ou para a extrema esquerda. (não não vejo muita diferença...todos sabemos que os extremos tocam-se)

Cada vez que se fala de salazar ou de hitler ou lenine ou do kim, lá na coreia, não vemos as atrocidades, não vemos a miséria e a fome, as perseguições, o terror e a coacção, a destruição de famílias inteiras que até hoje, e por mais gerações futuras serão afectadas. não vemos as pessoas que eram levadas em carrinhas e nunca mais voltaram. não vemos as que voltavam sem saberem o próprio nome por causa das torturas. não vemos os mutilados, do corpo e da alma. não vemos as guerras, lá longe, que vieram na cabeça dos soldados que até hoje lhes ouvem os tiros e os gritos. enfim...não vemos tanta coisa.

vemos esses homens, se é que se lhes pode chamar isso, em pedestais altíssimos, idolatrados pelo povo, aclamados pelo povo que grita o seu nome, porque tem medo que as armas dos militares que os trouxeram à força de casa e que os vigiam de perto, gritem mais alto que eles. vemos os lenços brancos no ar tremendo do terror de parar assim que alguém os reconheça por fazer parte do grupo deste ou daquele que fez a asneira de dizer que salazar também, uma ou duas vezes por dia, também se sentava na sanita. O HEREGE! nunca me lembro de ter visto salazar senão assim. um herói. salvador da pátria. é assim que aparece nos livros, na tv, nos grandes portugueses, na mente dos jovens e das crianças. e é assim que ele ficou gravado até hoje, na mente dos velhos...habituados a vê-lo nas paredes e nas ruas, olhando para eles...vigiando-os...ainda hoje...

tenho pena que a liberdade demore tanto tempo a chegar à alma do homem. porque os olhos que não estão habituados à luz, pensam sempre que vão cegar e preferem a habitual escuridão.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home