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Saturday, November 03, 2007

Coisas ridículas

Não dormi muito. Nunca o corpo se habituou a dormir mais do que o necessário para manter-se desperto. Mais tempo do que o necessário é aquele momento preciso em que parecia que a almofada me sofoca e quer engolir-me a cara. Ridículo. Até aqui.

"Sempre ridículo! Nunca és capaz de ter uma reacção normal, como as pessoas normais... sempre a dizer a coisa errada, como se as palavras para ti significassem coisa diferente... é por estas e por outras que me vou embora."

Quais outras? Havia outras? Porque não me disseste que havia outras? Não acho bem que me atires assim a bagagem quando sabes que não tenho mãos para apanhá-la. Vais embora...

Então a mala nova, não foi comprada só porque te pareceu boa ideia aproveitar a promoção.
Então os telefonemas não eram para a tua mãe que parecia adoentada da última vez que a viste.
Então não tinhas trabalho no escritório para acabar com a máxima urgência.
Então havia outras e eu sou ridículo como as minhas palavras.

"Não... não faças isso. Estás maluco?Onde foste buscar essa arma? Tu nunca gostaste de armas. EStás maluco? Não vais matar-me. Tu sabes que sempre gostei de ti, mas já não era a mesma coisa. Não sou a pessoa certa para ti. Não vês? Nunca seríamos felizes, já não o éramos! Guarda essa arma..."

Tens razão. Sou realmente ridículo. Mas tu também és. Nunca gastaria uma bala contigo, assim como nunca gastei as minhas palavras contigo. Porque são ridículas e tu nunca as compreenderias. Não tenhas medo. A arma é para ti. Quando falas, a tua voz fere e as tuas palavras matam tudo o que há de melhor em mim. Leva esta arma. A partir de hoje, dispara em vez de falares, mas faz tanto uma como outra bem longe de mim.

Vou procurar uma mulher ridícula que goste de homens ridículos que dizem palavras ridículas.

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