NINGUÉM SE MEXA! MÃOS AO AR!
...
“Ninguém se mexa! Mãos ao ar!” disse o histérico
e frívolo homenzinho com mais medo
da arma que empunhava que de nós.
“Mãos ao ar!”, repetiu para convencer-se.
Mas ninguém se mexeu, como ele queria...
Deu-lhe então a maldade. Quase à toa,
Escaqueirou o espelho biselado
Que tinha as Boas-Festas da gerência
Escritas a sabão. Todos baixámos,
Medrosos, a cabeça. Se era um louco,
Melhor deixá-lo. (O barman escondera-se
Por detrás do balcão). Ali estivemos
Um ror de medo, até que o rabioso
Virou a arma à boca e disparou.
(Alexandre O’neil)
...
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