Quid Iuris?

Proibido proibir!

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Location: Portugal

Thursday, October 02, 2008

the man that can't be moved

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I’m not broke, i’m just a broken hearted man.


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pois...

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Ser super-herói não deve ser assim tão bom. Nem os próprios super-heróis querem sê-lo. E eles têm poderes!


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Não estou em casa. Fui andar por aí…

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Não sei muito bem o que estou aqui a fazer. Não tenho nada melhor, penso eu. Sim… deve ser isso. Não tenho nada melhor para fazer. Poderia estar em casa, sozinho, mas entre mim e os meus pensamentos, acho que estarei melhor acompanhado aqui, no meio da multidão. As vozes das pessoas abafam muito melhor as vozes dos meus botões. Não tenho nada contra elas. São muito boas conselheiras, mas já estou um pouco farto de ouvir sempre as mesmas vozes e de estar sempre a ter as mesmas conversas. Não sei muito bem o que me apetece fazer. Só não me apetecia estar em casa. Aqui penso melhor. Ou talvez aqui não pense. Que também é uma coisa boa. Não pensar durante algum tempo faz-me bem. Ponho o cérebro e os nervos numa banheira de água morna e deixo-os relaxarem por um pouco. Eles não se queixam e deixam-me também aproveitar esta pausa. Durante este tempo posso andar apenas por andar, sem ter que ir a lado nenhum, sem ter que decidir se vou pela direita ou pela esquerda, sem ter que chegar a destino algum. Posso estar a olhar para as pessoas, para os prédios, para o chão, para onde me apetecer, porque afinal de contas, não estou à procura de nada! E é bom estar assim, tendo tudo o que preciso. Posso também não estar muito seguro da hora. Deixei o relógio em casa de propósito. Posso andar mais depressa ou mais devagar e isso não tem importância nenhuma. Sou livre e sinto-o. Pelo menos por hoje. Pelo menos por agora. Só de pensar nisso já me invade uma secreta alegria que tento não deixar escapar num sorriso que as pessoas possam ver quando passam por mim. Ainda pensam que sou um louco, ou até mesmo um atrevido, que é bem pior, porque a esses nada se perdoa. Talvez devesse deixar escapar o sorriso. Talvez devesse deixar sair uma gargalhada fantástica e gloriosa! Mas assim planeada já não me soa tão real. Perdeu toda a sua glória. Pois… Pena ter pensado nela. Morreu antes mesmo de viver.