Quid Iuris?
Proibido proibir!
Friday, May 18, 2007
Como já devem ter reparado, ando a ler Baudelaire.
O Pintor da Vida Moderna.
Comprei-o numa feira do livro. É um livro usado e muito velhinho.
Trouxe já um cheiro, uma série de dedadas e de páginas dobradas nos cantos. E uma inscrição, uma dedicatória na primeira folha que diz "que bom teres feito da minha vida uma tela infinita de mil cores onde podemos passear sem nos cansarmos. Dia de S. Valentim, 14 de Fevereiro de 1994"
Trouxe já um cheiro, uma série de dedadas e de páginas dobradas nos cantos e uma certa tristeza, uma enorme nostalgia, por um amor que se acabou e que se desembaraçou de todas as provas da sua prometida infinitude.
Monday, May 14, 2007
Nas entranhas da beleza

A existência de luz é a primeira condição essencial para encontrar, ver e conhecer a beleza.
A luz mostra tudo como é, na verdade.
A verdade é a única forma de beleza perene.
Gosto que me vejam translúcido.
A água é translúcida. Talvez por isso tenha o seu poder, as suas forças, ora a calma da onda que vai e vem beijar-nos os pés, ora a serenidade da calma que nos permite mergulhar o corpo e a alma no líquido profundo.
A água é translúcida. Talvez por isso albergue tanta vida, microscópica...macroscópica...tanta vida...
O belo

"...o belo é sempre, inevitavelmente, de uma dupla composição, ainda que a impressão que produz seja a da unidade... o belo é feito de um elemento eterno, invariável, cuja quantidade é demasiado difícil de determinar, e de um elemento relativo, circunstancial, que será, se quisermos, de cada vez ou em conjunto, a época, a moda, a moral, a paixão. sem o segundo elemento, que é como que o invólucro divertido, titilante, o aperitivo do manjar divino, o primeiro elemento seria indigesto, inapreciável, inadaptado e inapropriado à natureza humana.
Desafio alguém a encontrar uma única amostra de beleza que não contenha estes dois elementos." (Baudelaire)